Depoimentos. “Odeio falar ao telefone”: Por que você prefere mensagens de texto ou correio de voz

Os métodos de comunicação evoluíram, e os franceses substituíram os bons e velhos telefonemas por mensagens de texto ou de voz. Isso é evidenciado pelos leitores do grupo EBRA, do qual nosso jornal faz parte.
Olá? Poucas pessoas do outro lado da linha. Embora, de acordo com os últimos dados da Autoridade Reguladora das Comunicações Eletrônicas (ARCEP), o uso mensal de voz móvel tenha se mantido estável por nove anos e chegue a cerca de 3,5 horas no primeiro trimestre de 2025, os leitores do grupo EBRA, do qual nosso jornal faz parte, estão cada vez menos inclinados a fazer ligações. É o caso de Marie, 67, de La Broque (Baixo Reno): "Não gosto do telefone, exceto em caso de emergência extrema. Prefiro SMS, assim como WhatsApp , Messenger e Snapchat. Com o telefone, você sempre incomoda alguém mais ou menos. Por escrito, o destinatário tem tempo para ler a mensagem e responder... ou não."
Alison, 61 anos, de Dompierre-les-Ormes (Saône-et-Loire), chegou a ter fobia de ligações: "Detesto falar ao telefone e evito o máximo possível. Fico ansiosa quando toca", confessa a mulher que prefere mensagens de texto. Uma prática que vem diminuindo há oito anos, segundo Arcep. Assim, no primeiro trimestre de 2025, um francês enviou em média 78 mensagens de texto por mês, em comparação com 250 mensagens de texto por mês em 2016. Quanto ao correio de voz móvel, parece ter caído completamente no esquecimento. "Ninguém mais me deixa recado na secretária eletrônica", observa Viviane, 67 anos, de Marlenheim (Baixo Reno).
“Crescemos com o MSN Messenger”O abandono das boas e velhas ligações telefônicas é ainda mais pronunciado entre os jovens, como Samuel, 19 anos, de Décines-Charpieu (Rhône): "Raramente faço ligações, exceto em casos de necessidade urgente ou se a situação for muito longa ou difícil de explicar por mensagem", diz ele. "Somos uma geração que cresceu com o MSN Messenger, então podemos passar muito tempo trocando mensagens de texto durante o dia com nossos amigos", explica Julie, 34 anos, de Rixheim (Alto Reno). É por gosto pela discrição que Magalie, 27 anos, de Monswiller (Baixo Reno), também privilegia a comunicação escrita: "Prefiro SMS , porque ninguém presencia minha conversa. E meu interlocutor tem liberdade para ler sua mensagem sempre que quiser e puder."
Para se comunicar com seus entes queridos, nossos leitores costumam usar aplicativos de mensagens instantâneas . Uma tendência que se verifica em escala nacional, pois, segundo a Arcep, 85% da população com 12 anos ou mais utilizou aplicativos de mensagens instantâneas para enviar mensagens em 2024 (+5 pontos em um ano). Alguns avós fazem isso para criar laços com os membros mais novos da família, como Marianne, de 71 anos, de Montbéliard (Doubs): "Comunico-me todos os dias pelo Snapchat com meus netos", diz ela.
Viviane, já mencionada, também aderiu a esses serviços de mensagens. "Uso o WhatsApp para ver meus netos pela câmera e enviar mensagens deles para os pais quando estão em casa." Já Adeline, de 56 anos, da região do Jura, mudou recentemente a forma como se comunica em seus aplicativos: "Mudei para mensagens de voz porque meus três filhos adultos costumam usar esse método, e acho divertido e mais prático." Uma forma de comunicação mais animada e livre para muitos franceses. A prova: eles enviam e recebem em média 3,7 mensagens de voz por dia, de acordo com um estudo publicado em abril pela plataforma de aprendizado de idiomas Preply (*).
(*) Pesquisa realizada em abril de 2025 entre 1.500 moradores de 19 das maiores cidades da França sobre seus hábitos e preferências em relação a mensagens de voz.
Le Républicain Lorrain